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FESTIVAL DE CANNES 2009.

O marketing em tempos de crise

O tema do debate deste ano, não poderia ser outro: a crise mundial. Até agora pouco se falou diretamente sobre isso em Cannes, mas claro que deu para notar que a crise está aí. O número de inscrições e de participantes baixaram significativamente neste ano no Festival e os anunciantes e as agências estão buscando novas estratégias.

Os executivos estão percebendo que o investimento em novas tecnologias e novas mídias é uma maneira de enfrentar a crise e ter insights criativos. Não é por que caiu o budget que as inovações não devem continuar. Encontrar novos caminhos está cada vez sendo mais discutido e levado em conta. O que vem em primeiro lugar é ter relevância e falar com o consumidor certo.

Novas ferramentas

A conectividade e a portabilidade funcionaram com tudo em Cannes. Para todo lugar que olhávamos - platéia, corredores, salas, halls - sempre havia alguém twittando ou postando alguma informação. É o poder da geração de conteúdo nas mãos do usuário. É uma fonte não oficial, que hoje em dia se propaga com a mesma força, ou até mesmo mais forte, que a dos veículos tradicionais.

Para nós, que trabalhamos com Marketing Direto e que temos como essência nos relacionar com o consumidor/target e, portanto, conversar com ele, é preciso também estar preparado para essa conversa com um interlocutor cada vez mais poderoso.

A nova era do Marketing Direto

Todo mundo falou do universo de Marketing Direto. Mas sabe quantas vezes escutamos as palavras Direct Marketing? NENHUMA. Talvez seja falta de hábito desse povo, talvez seja só uma questão de repertório. Ou... o Direct só está associado a vendas diretas de produtos e não a construção de marcas. Pena... Em um momento em que todos se apropriam do universo do Marketing Direto, ninguém dá o crédito. Fica o alerta!

Precisamos continuar ressaltando que as táticas são importantíssimas. Que em momentos de crise, só o direct consegue mensurar, qualificar vendas e reter clientes. Mas, para sentar de frente com presidentes, precisamos incluir novidades em nosso discurso.

Precisamos falar de marca e de seus significados. Precisamos ser mais estratégicos e sermos percebidos como tal. Precisamos ser mais atuantes, presentes e com discursos mais inovadores para um mercado que vem crescendo e promovendo a interdisciplinaridade. Precisamos usar toda a visibilidade que temos para afirmar que , além de ser uma poderosa aliada tática, essa ferramenta de marketing constrói marcas na linha do tempo.

Segundo Efraim Kapulski, presidente da ABEMD, esse é o primeiro ano em que se percebe compreensão do que é o Marketing Direto por parte dos participantes. “Hoje todas as disciplinas vendem o nosso peixe dizendo que é preciso que a comunicação esteja vinculada a uma estratégia e que o resultado precisa ser mensurado; o que é um pouco estranho, considerando que éramos os chatos de plantão, que falavam disso o tempo inteiro. Agora todas as disciplinas acham que tem que fazer isso também”.

Para ele, outro fator pregado pelo Marketing Direto e hoje referendado pelo mercado em geral é a importância do planejamento por trás de uma grande idéia. Para finalizar, o presidente da ABEMD afirmou que os profissionais do Marketing Direto devem ser os protagonistas e geradores de idéias criativas que sustentam as campanhas, “o que nos habilita a atuar em um campo mais amplo”.

Concluindo a entrevista, afirma: “Nós do Marketing Direto temos que ser mais corajosos e usar os nossos skills. Pois somos muito competentes e criativos também. Senão os outros vão tomar conta do nosso espaço.”