ENTREVISTA DO MÊS

PMD NEWS sempre visando atender as necessidades de mercado e apresentar aos seus leitores as novidades que estão acontecendo, traz na sua edição de Dezembro de 2009, uma entrevista com o Consultor internacional Juan Cruz Lozada, que nos fala sobre Gestão do conhecimento como diferencial competitivo nas modernas organizações.
Aproveite.

Juan Cruz Lozada

Mestre em Administracion.Doctorando en Administracion por la UCA. Diretor da Fundacion Progredio. Consultor independente com trabalhos realizados para algumas das mais importantes empresas internacionais de management consulting (Arthur D. Little, Accenture), e organismos governamentais da América Latina, multinacionais do porte de Petrobras, Petroleos de Venezuela, CANTV, Cargill entre outras .

Na área acadêmica, é Professor nas Escolas de Negócio da Universidad de San Andres, Universidad Austral, Universidad Catolica Argentina e nas Maestrías para l Desarrollo (Harvard Bolivia ), todos cursos de Pós-graduação. Ganhador do Primer Premio no Concurso de Etica e Responsabilidad Social Empresaria (2004) concedido pelo Instituto Argentino de Responsabilidad Social Empresaria .

1- O que é gestão do conhecimento ?

Gestão do conhecimento é acima de tudo , gestão da competitividade. Quem não consegue administrar adequadamente o conhecimento da organização não é competitivo e não pode sobreviver numa economia aceleradamente competitiva e cada dia mais baseada na aquisição, gestão e geração de conhecimentos.

Na “era industrial” a produção se estruturava basicamente a partir das economias de escala e seus impactos sobre custos. As empresas que detinham tecnologia mais moderna podiam produzir maiores quantidades de produtos e reduzir assim a incidência dos custos fixos sobre valor dos produtos finais. Hoje, na “Era do Conhecimento” a produção se estrutura de formas diferentes, basicamente a partir da “customização” dos produtos em função do conhecimento das preferências dos clientes.

Também em razão de alianças com outros parceiros de mercado, de redes sociais, etc. Enfim, hoje se compete nos mercados mundiais sobre a base do conhecimento.

2-Como isso se aplica nas organizações?

Todas as organizações devem se esforçar para deter os conhecimentos necessários para seu sucesso no mercado competitivo. Isso implica em uma corrida para atingir mais conhecimentos e mais rápido que os competidores. Obviamente, as grandes empresas globais incorporam processos formais e estruturas organizacionais especificamente destinadas para a gestão dos conhecimentos.

Mas também as empresas de pequeno e médio porte fazem esforços significativos para competir sobre a base de conhecimentos. Nesses casos, se aplicam metodologias e recursos menos formalizados, mas não menos originais e flexíveis. Inovação e criatividade são recursos imprescindíveis na Era do Conhecimento

3-Gestão do conhecimento é um diferencial em uma economia global e competitiva ?

A gestão do conhecimento é um imperativo na “Era do Conhecimento”. Empresa que não desenvolve e administra o conhecimento esta condenada ao ostracismo mercadológico. Hoje o debate principal é como gerir o conhecimento, como identificar os conhecimentos críticos, onde procurá-los, que ferramentas utilizar, como “fertilizar” a todos os membros da organização.

Neste caso, também as organizações aplicam diferentes soluções de acordo com sua cultura organizacional e seus meios disponíveis. As grandes empresas seguem padrões mais ou menos similares na construção de bases de conhecimentos e processos de gestão. São as empresas de médio e pequeno porte aquelas que tem que realizar um esforço muito mais significativo para atingir seus objetivos em condições de agudas restrições orçamentárias.

E com certeza Capital Intelectual, em uma Economia do Conhecimento, faz todo o sentido que esse seja um diferencial competitivo. De Microsoft a Google, vocês podem fazer o exercício de buscar os modelos onde Conhecimento fez e faz a diferença.

4-Algum exemplo de organização que aplique com sucesso ?

Existem múltiplos experiências de empresas de pequeno e médio porte que administram conhecimentos sob modalidades relativamente originais. Em geral, se tratam de experiências associativas com maior ou menor grau de formalidade. Tomemos o exemplo do Brasil:

Algumas instituições acadêmicas como a FDC (Fundação Dom Cabral) tem programas específicos para agrupar empresas e transferir conhecimentos desde o mundo acadêmico e entre elas mesmas. Outras experiências de redes de empresas surgem espontaneamente em clusters territoriais ou são patrocinadas por grandes empresas globais que organizam a seus fornecedores ou por organismos como a SEBRAE. O interessante é que muitas dessas empresas não identificam esses esforços competitivos como “gestão do conhecimento” como se esse termo fosse privativo das grandes empresas e referido a processos formais e ferramentas de IT caras.

Uma mudança na forma de perceber a gestão do conhecimento nas empresas de pequeno e médio porte sem duvida favoreceria a criatividade na hora imaginar soluções para superar as limitações competitivas e maior utilização de soluções associativas.